Desejos pós sec. XX
Que
os pais se livrem das culpas. Culpa por serem separados; culpa por serem pais
solteiros, pais pobres, pais brancos, pais negros, pais homossexuais, pais adotivos,
pais que lutam, que falham, pais abastados, e assim, livres de culpas...
Que
os pais compreendam que não são os amiguinhos de seus filhos, são seus Pais;
que compreendam a ponto de seus filhos lhes pedirem, novamente, a benção quando,
por exemplo, forem para a escola e que, em pedindo a benção a seus pais...
Os
filhos encontrem nos professores, seus mestres, e se levantem ao os verem
entrar na sala de aula... Que voltem a conhecer a palavra reverência.
Que
os professores saibam se fazer reverenciar. Que se reconheçam como Mestres, que
se preparem. Que nosso Governo permita que se preparem, que os incentive no
caminho.
Que
nosso Governo mereça reverência.
Que
nossas crianças voltem a conhecer os limites da vida. Que sua liberdade lhes seja
tolhida, sim! Porque assim (muitas, inúmeras vezes) é a vida em comum, o
convívio: um exercício de dosar liberdades.
Será
que é a falta do que admirar que nos leva a um hedonismo sem freio, a uma
sensação de futilidade da vida? Que me leva a ver a Somália na TV e ir, em
seguida, ligar meu forno de microondas para meu jantar de cada dia? Até eu?
Incólume diante dessas Somálias diárias?
Sobretudo,
sobretudo, que o ser humano volte a ter olhos para olhar o outro, ouvidos para
ouvir o outro. Que reencontre a compaixão e a gentileza.
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