quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Desejos


Desejos pós sec. XX

Que os pais se livrem das culpas. Culpa por serem separados; culpa por serem pais solteiros, pais pobres, pais brancos, pais negros, pais homossexuais, pais adotivos, pais que lutam, que falham, pais abastados, e assim, livres de culpas...
Que os pais compreendam que não são os amiguinhos de seus filhos, são seus Pais; que compreendam a ponto de seus filhos lhes pedirem, novamente, a benção quando, por exemplo, forem para a escola e que, em pedindo a benção a seus pais...
Os filhos encontrem nos professores, seus mestres, e se levantem ao os verem entrar na sala de aula... Que voltem a conhecer a palavra reverência.
Que os professores saibam se fazer reverenciar. Que se reconheçam como Mestres, que se preparem. Que nosso Governo permita que se preparem, que os incentive no caminho.
Que nosso Governo mereça reverência.
Que nossas crianças voltem a conhecer os limites da vida. Que sua liberdade lhes seja tolhida, sim! Porque assim (muitas, inúmeras vezes) é a vida em comum, o convívio: um exercício de dosar liberdades.
Será que é a falta do que admirar que nos leva a um hedonismo sem freio, a uma sensação de futilidade da vida? Que me leva a ver a Somália na TV e ir, em seguida, ligar meu forno de microondas para meu jantar de cada dia? Até eu? Incólume diante dessas Somálias diárias?
Sobretudo, sobretudo, que o ser humano volte a ter olhos para olhar o outro, ouvidos para ouvir o outro. Que reencontre a compaixão e a gentileza.

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